sábado, 2 de julho de 2011
E aí, rabino, o que você me conta?
Pra quem acha que isso é uma montagem tosca, veja a entrevista na íntegra:
Essa entrevista foi feita para o site da editora Ediouro, que publica o livro Um Homem, Um Rabino.
Bíblia e maconha (parte 1)

Engraçado, não? É, engraçado mesmo, e muito curioso: já repararam como a maconha é frequentemente associada a forças do mal, digo, ao tal "opositor" do cristianismo? Já notaram que muitas pessoas têm o pensamento de que quem é religioso (cristão) provavelmente não fuma maconha e quem fuma maconha provavelmente não é praticante?
No vídeo abaixo, por exemplo, a atriz mostra como se comporta o crente que está possuído por um espírito mau. Esse diabo faz a vítima ter comportamentos imorais, como dançar funk e fumar maconha:
Mas, por que será que existe esse tipo de pensamento? Afinal, sabemos que fumar maconha não é pecado. O quê? Não, você não sabia? Ah, tá certo, o conceito de pecado é polêmico. Além do mais, o texto bíblico é ambíguo e obscuro.
No entanto, Deus, em sua infinita bondade, nos deixou um guia rápido de consulta de pecados (Ex 20,2-13) e o manual completo (o Levítico, terceiro livro da Bíblia, este porém é hoje muito controverso). No Êxodo, encontramos os Dez Mandamentos, que resumem tudo aquilo que é mal visto aos olhos do Senhor. Trata-se de um modelo de conduta até hoje irrevogável. Afinal, você pode perguntar para um cristão hoje ou há dois mil anos, ou para um budista em qualquer tempo, ou para sua tia que é evangélica se matar é pecado, e a resposta será sempre a mesma.
Mais tarde Jesus vem nos dizer que pouco importa sabermos quais são os dez mandamentos, desde que sejamos capazes de amar as outras pessoas assim como nos amamos. Deste modo, os dez mandamentos seriam automaticamente satisfeitos.
São os Dez Mandamentos:
1 Eu sou o Senhor teu Deus, que te libertou do Egito, do antro de escravidão. Não terás outros deuses além de mim.
2 ão farás para ti ídolos, nem figura alguma do que existe em cima, nos céus, nem embaixo, na terra, nem do que existe nas águas, debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles, nem lhes prestarás culto, pois eu sou o Senhor teu Deus, um Deus ciumento.
3 Não pronunciarás o nome do Senhor teu Deus em vão, porque o Senhor não deixará impune quem pronunciar seu nome em vão.
4 Lembra-te de santificar o dia do sábado. Trabalharás durante seis dias e farás todos os trabalhos, mas o sétimo dia é sábado dedicado ao Senhor teu Deus. Não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu escravo, nem tua escrava, nem teu gado, nem o estrangeiro que vive em tuas cidades.
5 Honra a teu pai e a tua mãe
6 Não matarás.
7 Não cometerás adultério.
8 Não furtarás.
9 Não levantarás falso testemunho contra o próximo.
10 Não cobiçarás a casa do próximo, nem a mulher do próximo, nem o escravo, nem a escrava, nem o boi, nem o jumento, nem coisa alguma do que lhe pertence.
Opa, acho que Javé se esqueceu do "não fumarás maconha". Ou então não quis proibir, já que o ato não fere direta ou indiretamente nenhum dos mandamentos.
E um dia o cabeludo falou:
Amarás teu próximo como a ti mesmo.(Mt 22,39)
Ou, em outras palavras:
Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles. Acrescentando: Esta é a Lei e os Profetas. (Mt 7,12)
Estranho, até agora nada de "Amarás teu próximo, a não ser que ele seja um maconheiro. Neste caso deverás aplicar o evangelho com força na cabeça dele". Bom, daí vamos a folhear a Bíblia e procurar onde tem referência a maconha para que possamos continuar o debate. Só que não tem referência alguma sobre a erva no livro inteiro! Sobre drogas em geral, apenas um ou outra passagem que fala sobre embriaguez alcóolica, e nas quais o ato do bebum não fede nem cheira às narinas de Jeová. O porque da falta de qualquer trecho bíblico que trate da "questão" das drogas é para mim bem claro:
Deus não dá a mínima se você fuma ou não!
Há muito mais coisas muito mais importantes entre o Céu e a Terra do que se ocupa a Suprema Sapiência.
Mais sobre os Mandamentos aqui
terça-feira, 28 de junho de 2011
Contradições da liberdade religiosa no Brasil
Garantida pela Constituição Federal, também foi citada favoravelmente
pelo STF quando esta votava acerca do direito de se manifestar pela
legalização da cannabis (15/06), citando instituições que hoje gozam
do direito de utilização de psicotrópicos em seus ritos e outras
religiões que estão sendo cerceadas pela proibição da cannabis. Porém,
não pôde já ser debatida e votada no mesmo dia, por não fazer parte da
pauta e voltou para a “gaveta”, para que espere sua vez.
Em vista das manifestações por Liberdade Religiosa, defendida pela
bancada evangélica da câmara federal e demais líderes deste seguimento
contra a PL-122 (homofobia), é o momento propício para se votar sobre
o uso da cannabis como profissão de fé, pois os atuais fervorosos
defensores das liberdades religiosas do momento, seriam noutrora, os
que mais esbravejariam ira contra este direito. E assim então, definir
logo as quantias de plantio, porte e consumo e como se daria os
processos de licenças para as igrejas existentes (e as que irão
surgir)!
(acima, rápida apresentação de uma igreja já existente, da linha Rastafari)
Os dois crentes do vídeo acima, foram presos dia 22 de junho. Poucos
dias após a publicação deste vídeo na internet pela revista TRIP.
O secretário desta igreja, o mais novo, assinou um B.O. como usuário
de drogas, foi liberado e deve comparecer a programas de reabilitação
(talvez irá por meses, ouvir de algum psicólogo que sua erva sagrada
lhe fazia mal e que ele poderá salvá-lo).
Já o presidente da igreja, o pacato senhor de barbas brancas e
chinelas franciscanas, irá responder por tráfico de drogas (5 a 15
anos de detenção), pois guardava 600gr da planta, mais mudinhas e uma
Bíblia feita de ganja, o mesmo material em que foi impressa a primeira
constituição dos Estados Unidos da América.
Fonte
Advogados de demais igrejas cerceadas, já aguardavam este
acontecimento para entrarem com mais pedidos por seus direitos
constitucionais e recursos à penas já aplicadas a outrens. Basta
agora, orarmos para que os clamores evangélicos cheguem ao STF, e que
este resolva de vez, os abusos contra a Liberdade Religiosa no Brasil
ou que no mínimo legalize Jáh(Deus)!
Texto de Ubirajara Ferreira, Psicótico Social.
Apresentado originalmente no orkut.