sexta-feira, 8 de julho de 2011

Coisas que sua mãe precisa saber #9

Se seu filho ouve Planet Hemp, Nação Zumbi, Manu Chao, Bob Marley, rap, reggae, Mundo Livre S.A., DMC, música jamaicana, música pernambucana etc, cuidado! Esses são os primeiros indícios de que ele pode estar fumando maconha.
Mas lembre-se: todos os cantores fumam maconha, e não só os que cantam sobre isso.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Coisas que sua mãe precisa saber #8

Se seu filho fala palavras como questão, bagulho, dichavar, seda, X9, P2, 420, THC, pila, coxinha, tchousen, bola, parada, goma, ponta, fino... cuidado! Essas são expressões de maconheiro. Na verdade, se ele estiver falando qualquer palavra, pode ser uma expressão de maconheiro também. Se ele for mudo, atenção redobrada.

domingo, 3 de julho de 2011

Coisas que sua mãe precisa saber #7

A Legalização não é um movimento recente que surgiu para atender às necessidades de um pequeno grupo. A Proibição, sim.

sábado, 2 de julho de 2011

E aí, rabino, o que você me conta?



Pra quem acha que isso é uma montagem tosca, veja a entrevista na íntegra:



Essa entrevista foi feita para o site da editora Ediouro, que publica o livro Um Homem, Um Rabino.

Bíblia e maconha (parte 1)

Engraçado, não? É, engraçado mesmo, e muito curioso: já repararam como a maconha é frequentemente associada a forças do mal, digo, ao tal "opositor" do cristianismo? Já notaram que muitas pessoas têm o pensamento de que quem é religioso (cristão) provavelmente não fuma maconha e quem fuma maconha provavelmente não é praticante?

No vídeo abaixo, por exemplo, a atriz mostra como se comporta o crente que está possuído por um espírito mau. Esse diabo faz a vítima ter comportamentos imorais, como dançar funk e fumar maconha:

Mas, por que será que existe esse tipo de pensamento? Afinal, sabemos que fumar maconha não é pecado. O quê? Não, você não sabia? Ah, tá certo, o conceito de pecado é polêmico. Além do mais, o texto bíblico é ambíguo e obscuro.

No entanto, Deus, em sua infinita bondade, nos deixou um guia rápido de consulta de pecados (Ex 20,2-13) e o manual completo (o Levítico, terceiro livro da Bíblia, este porém é hoje muito controverso). No Êxodo, encontramos os Dez Mandamentos, que resumem tudo aquilo que é mal visto aos olhos do Senhor. Trata-se de um modelo de conduta até hoje irrevogável. Afinal, você pode perguntar para um cristão hoje ou há dois mil anos, ou para um budista em qualquer tempo, ou para sua tia que é evangélica se matar é pecado, e a resposta será sempre a mesma.

Mais tarde Jesus vem nos dizer que pouco importa sabermos quais são os dez mandamentos, desde que sejamos capazes de amar as outras pessoas assim como nos amamos. Deste modo, os dez mandamentos seriam automaticamente satisfeitos.

São os Dez Mandamentos:
1 Eu sou o Senhor teu Deus, que te libertou do Egito, do antro de escravidão. Não terás outros deuses além de mim.
2 ão farás para ti ídolos, nem figura alguma do que existe em cima, nos céus, nem embaixo, na terra, nem do que existe nas águas, debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles, nem lhes prestarás culto, pois eu sou o Senhor teu Deus, um Deus ciumento.
3 Não pronunciarás o nome do Senhor teu Deus em vão, porque o Senhor não deixará impune quem pronunciar seu nome em vão.
4 Lembra-te de santificar o dia do sábado. Trabalharás durante seis dias e farás todos os trabalhos, mas o sétimo dia é sábado dedicado ao Senhor teu Deus. Não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu escravo, nem tua escrava, nem teu gado, nem o estrangeiro que vive em tuas cidades.
5 Honra a teu pai e a tua mãe
6 Não matarás.
7 Não cometerás adultério.
8 Não furtarás.
9 Não levantarás falso testemunho contra o próximo.
10 Não cobiçarás a casa do próximo, nem a mulher do próximo, nem o escravo, nem a escrava, nem o boi, nem o jumento, nem coisa alguma do que lhe pertence.

Opa, acho que Javé se esqueceu do "não fumarás maconha". Ou então não quis proibir, já que o ato não fere direta ou indiretamente nenhum dos mandamentos.

E um dia o cabeludo falou:
Amarás teu próximo como a ti mesmo.(Mt 22,39)
Ou, em outras palavras:
Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles. Acrescentando: Esta é a Lei e os Profetas. (Mt 7,12)

Estranho, até agora nada de "Amarás teu próximo, a não ser que ele seja um maconheiro. Neste caso deverás aplicar o evangelho com força na cabeça dele". Bom, daí vamos a folhear a Bíblia e procurar onde tem referência a maconha para que possamos continuar o debate. Só que não tem referência alguma sobre a erva no livro inteiro! Sobre drogas em geral, apenas um ou outra passagem que fala sobre embriaguez alcóolica, e nas quais o ato do bebum não fede nem cheira às narinas de Jeová. O porque da falta de qualquer trecho bíblico que trate da "questão" das drogas é para mim bem claro:

Deus não dá a mínima se você fuma ou não!

Há muito mais coisas muito mais importantes entre o Céu e a Terra do que se ocupa a Suprema Sapiência.

Mais sobre os Mandamentos aqui

Coisas que sua mãe precisa saber #6

Cânhamo não é droga, só é ilegal. Assim como dipirona não é ilegal, só é droga.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Flower power e web power

Felizmente, a marcha pela maconha foi considerada legal pelos caretas supremos do Tribunal Federal (será que eles já ficaram doidões algum dia?) Vendo os votos na TV, lembrei-me dos hippies, os velhos pais fundadores do "desbunde" tecnológico atual, que substituiu flores por blogs e intervenções na web.

Lembrei-me que estava em Londres em 1967, quando saiu o disco dos Beatles Sargent Pepper e lembro que em Kings Road havia uma espécie de "comício" dissolvido nos olhares, nos sorrisos das pessoas, com uma palavra de ordem que flutuava no vento, "blowing in the wind", como cantava o Bob Dylan. O mundo careta vivia ameaçado, de um lado pelo perigo do comunismo e, de outro, pela alegre descrença que os hippies traziam. O capitalismo rosnava de humilhação, condenado por fora e por dentro, como sistema injusto de produção, além de repressor da sexualidade. Hoje, mudou tudo. Onde estão os hippies? Melhor dizendo, onde estão os movimentos alternativos neste mundo careta?

Será que a vida vai ser sempre estes cappuccinos frappés, estas opções na Bolsa, estes fluxos de capital, estes implantes de seios, por toda a eternidade?

Será que só nos restou esta muralha corporativa, este exército de executivos globais vorazes? Não; agora é "webpower" em vez de "flower power".

O que houve no mundo foi o fim do sonho da unidade, o fim da possibilidade de uma "grande narrativa" - como dizem os pós-utópicos, perplexos e com uma pontinha de alívio da obrigação de grandes "relevâncias". O que acabou foi o "UM". Acabou o anseio totalizante de se achar uma única resposta, desejo antiquíssimo de tudo reduzir a um símile do corpo humano: a sociedade funcionando como um organismo sob controle. Isso se deu não só com o socialismo real, mas com o próprio capitalismo. Depois da queda do Muro de Berlim, a arrogância dos USA, sua vontade de unir o mundo todo numa grande mcdonaldização da vida também caiu por terra, pois o american way esbarrou nas diferenças culturais, na inércia da miséria, na tradição teocrática de tantos países, no crescimento populacional. O 11 de Setembro sacramentou a infinita fragmentação do mundo. O que morreu não foi o socialismo nem o hippismo; o que morreu foi a racionalidade "empombada" do Ocidente, a possibilidade de planejar algum futuro. Que futuro? O presente é incompreensível e o passado se alonga: os criminosos da crise de 2008 em Wall Street estão todos empregados e felizes, com bônus bilionários, enquanto a Europa se ferra.

O mundo se globaliza em economia, mas se "balcaniza" em ilhas culturais e psicológicas; melhor que "ilhas", o mundo se "desunifica" em esponjas, em vazios, em avessos, em "buracos brancos" que vão se alargando à medida que o tecido da sociedade "linear" se esgarça. Não são "células de resistência", mas "buracos de desistência".

A desesperança de mudar o mundo politicamente já está parindo filhos alternativos. Milhões de "manos" cibernéticos profanam alegremente a internet com redes e blogs.

Todos estes movimentos (seria melhor dizer "espasmos") - todos estes espasmos de defesa contra a opacidade do mundo são afásicos, por escolha. Odeiam o lero-lero ideológico e não se explicam nem a si mesmos. Não têm manifestos e, no entanto, todos se "unem" (oh, mania de tudo explicar, da qual não me livro!...) na recusa a levantar bandeiras, garantir certezas, a aderir a uma razão organizacional qualquer.

Há uma "tribalização" de grupos, sem proselitismo, há uma recusa ao mundo sem denunciá-lo, mas aceitando-o como algo irremediável. Por dentro de seu luto, as tribos se desenham. As primeiras tribos de jovens que antes professavam subculturas totalizantes, através de orientalismos bobos ou "holismos" diversos, hoje foram substituídas por brilhantes programadores de computação. O que os "anonimous" e mesmo outros "hacketativismos" mais apolíticos querem é alcançar uma identidade corrosiva. As tribos não querem a adesão de todos, pois elas não almejam o poder - almejam não tê-lo. Se antes a ideia de alienação era condenável, hoje a alienação é aquilo que se deseja alcançar.

R.U.Sirius, fundador da ciberrevista Mondo 2000, afirmou com precisão: "Se, antes, havia a polarização de ideologias em oposições binárias, pretos contra brancos, socialismo versus capitalismo, isso vinha da ideia de "sistema e contra-sistema", de "cultura e contra-cultura"." Essa oposição acabou.

Tudo era banhado pela luz atemorizante de uma futura mídia centralizada, buscando uma narrativa única. Mas, as distopias de Orwell ou Huxley foram superada pelos restos podres do mercado e pela "anomia" (e anemia) de qualquer projeto totalitário. Que teremos no futuro? "Que futuro?" - seria a pergunta certa. No mundo central, teremos fria competência no "mainstream" e "esponjas "alternativas" na periferia.

Hoje, a desesperança com qualquer hipótese de totalidade está parindo novas formas larvais de sobrevivência neste mundo decepcionante. E o que nos restará serão os buracos esgarçados por entre a solidez paranoica das corporações globais, estragando, como um terrorismo mudo, sua eficiência sinistra.

Essas tribos estão partindo para uma prática nietzschiana espontânea, pela produção de uma "arte-de-vida" (ou "vida-arte"), dividindo-se em grupos aparentemente antagônicos, mas coincidentes: não acreditam totalmente em nada.

Jean Baudrillard em seu ensaio A Ilusão Vital cita uma linda e profética frase de Heidegger: "Quando olhamos para a essência ambígua da tecnologia, nós contemplamos a constelação, o curso estelar do mistério". E Baudrillard, a ovelha negra das "Academias", conclui: "Além da Razão, além do discurso da "verdade", reside o valor poético e enigmático do pensamento. Pois, diante de um mundo que é ininteligível e problemático, nossa tarefa é clara: precisamos tornar este mundo ainda mais ininteligível, ainda mais enigmático".

Falou e disse.


Por Arnaldo Jabor para O Estado de S. Paulo

Música da semana

Cannabis (Legalización) - Ska-p




Saco un papelillo, me preparo un cigarrillo
y una china pal canuto de hachís (¡HACHIS!)
Saca ya la china, "tron"
¡Venga ya esa china, "tron"
Quémame la china "tron", ¡NO HAY CHINAS!

Saco un papelillo me preparo un cigarrillo
y una china pal canuto de hachís (!HACHÍS¡)
Saca ya la china, "tron",
!venga ya esa china, "tron"!
¡Quémame la china "tron"!
No hay chinas, no hay chinas hoy.
No hay chinas, no hay chinas hoy.

Saco un papelillo, me preparo un cigarrillo
y una china pal canuto de hachís (¡HACHIS!)
Saca ya la china, "tron",
¡Venga ya esa china, "tron"!
¡Quémame la china "tron"! ¡NO HAY CHINAS!

Saco un papelillo me preparo un cigarrillo
y una china pal canuto de hachís !HACHÍS¡
Saca ya la china, "tron",
!Venga ya esa china, "tron"!
¡Quémame la china "tron"!

No hay chinas, no hay chinas hoy.
No hay chinas, no hay chinas hoy.

¡LEGA-LEGALIZACIÓN!
CANNABIS de calidad y barato.
¡LEGA-LEGALIZACIÓN!
CANNABIS basta de prohibición.
[X2]

Ni en Chueca, en La Latina,
No hay en Tirso de Molina
ni en Vallekas ni siquiera en Chamberí (¡HACHIS!)
Yo quiero una china "tron",
dame ya esa china "tron"
saca ya la china "tron" ¡NO HAY CHINA!

Sin cortarme un pelo, yo quiero mi caramelo
voy corriendo buscando a mi amigo Alí ¡ALI!
Pásame una china "tron",
yo quiero una china "tron"
una posturita "tron"!
"No chinas, no chinas hoy"
¡NO CHINAS, NO CHINAS HOY!

¡LEGA-LEGALIZACIÓN!
CANNABIS de calidad y barato.
¡LEGA-LEGALIZACIÓN!
CANNABIS basta de prohibición.
[X2]

[Sonido]


¡LEGA-LEGALIZACIÓN!
CANNABIS de calidad y barato.
¡LEGA-LEGALIZACIÓN!
CANNABIS basta de prohibición.
[x2]

¡CANNABIS, CANNABIS, CANNABIS! [LEGA-LEGALIZACIÓN]
[X2]

Yo te quiero marihuana
Yo te quiero marihuana
Yo te quiero marihuana
Yo te quiero marihuana
Yo te quiero marihuana
Yo te quiero marihuana
Yo te quiero marihuana!

[Sonido]

¡LEGALIZA!

Legaliza-legaliza

LE-GA-LI-ZA-CIÓN

¡BASTA YA DE HIPOCRECÍA!

LE-GA-LI-ZA-CIÓN
[X2]

LE-GA-LI-ZA-CIÓN!

Mensageiras da Mãe Natureza

Eleito pela Revista Rolling Stone o melhor site da internet de todos os tempos, o 420 Girls nada mais é do que uma galeria de vídeos e fotos de mulheres em ensaios eróticos fumando maconha. Junto com isso, vêm entrevistas em que as garotas falam sobre como a planta é boa para a humanidade.


Segundo seus fundadores, 420 Girls é uma campanha de ação social que redefine o 'Flower Power' para a mulher moderna; contando com belas garotas - chamadas de "mensageiras da Mãe Natureza" - de todas as raças e credos ingerindo maconha.

420 Girls existe para apoiar a abolição de todas as leis e penalidades de proibição da Cannabis ao redor do mundo. Nenhuma pessoa mais deveria sofrer encarceragem ou estigma por causa dessas leis injustas.

420 Girls acreditam que a proibição de Cannabis irá acabar quando mais pessoas tiverem consciência dos reais benefícios da planta. 420 Magazine é o veículo que nos proporciona pareceres científicos de especialistas em Cannabis nas áreas de cultivo e questões médicas, sociais e legais. Nossa comunidade provê apoio para essas pessoas levarem consciência canábica para o mundo.

Acreditar que cada humano tem o direito de consumir em seu próprio corpo. Acreditar que o governo deveria abolir todas as lei que violam esse direito. Acreditar que aqueles encarcerados por crimes relacionados à Cannabis devem ser soltos.

Cannabis é uma planta medicinal maravilhosa. Ela oferece uma alternativa segura para alívio da dor, anti-náusea, indução do apetite e medicação anti-bacteriana e anti-inflamatória. Suas propriedades têm sido demonstradas para combater o câncer e fornecer alívio aos seriamente doentes e moribundos, bem como aqueles acometidos de ansiedade e depressão. Milhões de pessoas têm partilhado os benefícios médicos da Cannabis através dos séculos.

A comunidade 420 Magazine acredita que fazendeiros devem ter o direito de cultivar e lucrar do Cânhamo Industrial - uma das mais fortes substâncias ecologicamente amistosas no planeta. Cânhamo Industrial é uma fibra natural encontrada em tudo desde cordas aos mais finos cortes de roupas. Ele demonstra benefício como uma forma de comida e também como auxílio na beleza e saúde. Cânhamo é a resposta ambiental para a eliminação da nossa dependência nos nocivos combustíveis fósseis. A produção do cânhamo vai acabar com as guerras-do-óleo, desmatamento, poluição, chuva ácida e aquecimento global.

A missão das 420 Girls é abolir a proibição da Cannabis promovendo consciência canábica internacional para as massas. Ou, resumindo: mulher e maconha! Uhuu!!!

Baby Marley

Ralph é um menino pistiento que só pára de chorar pela intervenção de Bob Marley, ou, com diz o pai, pelo poder do "chronic" (gíria norte-americana para maconha).

Mais sobre futuros delinquentes do reggae:

Coisas que sua mãe precisa saber #5

Olhos vermelhos podem ser sinal de conjuntivite, alergia ou natação. Se bem que não, acho que não é nada disso...

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Yes, família!


Ao contrário do que eu imaginava, o blog tem visitantes!
Segundo as estatísticas dos Blogger, tivemos mais de cem visitas nesta primeira semana de existência.

Mas como você sabe que não foram suas todas as visita? Boa pergunta. Fico me perguntando isso todos os dias! Mas as estatísticas do Blogger vieram para esclarecer essas dúvidas:

1º_ até hoje, só acessei o blog uzando o Mozilla Firefox, e tivemos visitas de seis navegadores diferentes! Alguns eu nem sabia que existiam!
2º_ até hoje, só passei por aqui usando o Linux, no entanto, mais de 70% dos acessos foram via Windows! E uma pequena parte pelo Macintosh.
3º_ recebemos 116 visitas do Brasil e 5 dos Estados Unidos!
4º_ o blog acaba de receber seu primeiro comentário.

Por que isso tudo é bom? Porque agora temos mais pessoas com acesso a informações de qualidade sobre a canábis. E à medida que o blog crescer mais, nos será possível continuar melhorando. E só com a população tendo acesso a esse tipo de informação é que teremos possibilidade de começar a discutir sobre maconha, pois os tabus e preconceitos ainda interpõem-se burramente ao diálogo.

LEGALIZE! REGULAMENTE! EDUQUE!

Coisas que sua mãe precisa saber #4

Toda mãe acha que o filho fuma maconha até que se prove o contrário (exceto aquela sua comadre que parece que é cega ou não quer enxergar). Mas ficar falando gírias de maloqueiro com ele e fazendo piadinhas sobre polícia, não vai fazê-lo entregar.

Uma imagem vale mais do que mil palavras...

...mas uma legenda vale mais do que mil imagens!


Bravo policial aborda de maneira correta e exemplar uma meliante prestes a acender um baseado.


Não acredita?!

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Marchas caretas e marchas muito loucas

"A maconha marcha, gente boa... Até na Argentina, México e Colômbia está descriminalizada. Os tabus vão sendo quebrados. Aqui, as marchas foram liberadas pelo STF, numa decisão muito louca: pode marchar, mas não pode fumar. Por que será que a maconha provoca tanta inquietação? Evangélicos marcham contra, xingam FHC pelo filme Quebrando o Tabu, "mermão", qual é a deles? É tanto auê, tanta onda por causa de uma mixaria dessas que eu tenho de alugar vocês sobre essa "parada". É... já escrevi sobre esse lance aqui e repito: a maconha não é nada, ou quase nada. Não é uma droga que corrói o fígado como o álcool. Não mata como a cocaína, esse veneno de rato branco que você aspira, depois de malhada pelos afro-negões da favela; é erva natural, não tem o sangue jorrando atrás dela desde a Bolívia até os morros, nem precisa dos bujões de éter no meio da floresta. Não é como o ácido lisérgico que te faz ver uma grande gelatina na realidade, onde tudo se mexe como uma rumba azul. Por que, então, tanto medo?

Está provado que a birita, o cigarro careta fazem muito mais mal que uma frágil "diamba", um reles "bagulho", um baseadinho inocente... Aliás, declaram cientistas e doidões, a maconha faz até bem para o coração de muitos ansiosos; era comprada em qualquer farmácia nos anos 30 com o nome de Cigarros Indianos, lindos pacotinhos com uma índia de cocar colorido, cigarros que acalmavam a angústia das senhoras antigas, combatiam a depressão, as "flores brancas", as dismenorreias, as alvas enxaquecas, os desmaios histéricos, as dores desconhecidas, as insônias. A maconha, dizem os "manos", é o remédio melhor para o glaucoma e dizem que ela produz um relaxo legal nos músculos e uma tranquilidade que poucos calmantes te proporcionam. Muito médico acha que inúmeros remédios e panaceias poderiam advir do refino da mesma, para acalmar velhinhos em asilos, para tranquilizar agitados em suas camisas de força, ervinha que, uma vez fumada antes do ato sexual, provoca prazeres inauditos, podendo não só fazer com que ejaculadores precoces se segurem, quanto frígidas senhoras se soltem e uivem nos laços de um polvo invisível e voltejante, numa teia de loucos estertores entre gritos operísticos.

Isso dizem alguns, não eu, claro, que sou um pobre-diabo, nunca me aproximaria dessa erva do Demônio, dessa "maria juana" temível. Contam alguns que o prazer sexual aumenta muito, já que a noção de tempo também se alonga, ficando tudo em câmera lenta, coisa desagradável se você está num túnel ou num engarrafamento de trânsito, mas que é delicioso não nos dois braços, mas nos cinco braços, ou nas cinco asas brancas de uma mulher amada e que o amor vira uma grande dança num paraíso e que mesmo os lençóis brancos semelham ondas do mar, dependendo da qualidade do "back", que pode ser um "acapulco gold" ou mesmo um "da lata", (oh!!! As maravilhas que contam daquelas latas lançadas por um navio muito louco nas águas da Guanabara em 84 e que até hoje são lembradas por velhos chincheiros). Thomas de Quincey fumava, Baudelaire fumava, Rimbaud queimava altos haxixes em Aden... Em suma, gente boa, como eu dizia acima, dependendo da qualidade da "massa", "nêgo" podia ficar curtindo horas seguidas, ajudado pelo Hendrix, Stones... tudo muito louco.

Mas, a razão deste raciocínio - não posso me perder, "mermão" - é a seguinte transação: por que causa tanta raiva nos caretas? Todo mundo fala em "reacionário", de "esquerda", de "direita" e coisa e tal, e os caretas? Onde ficam? Muito da nossa desgraça política deve-se à caretice. Porque "careta" é o cara que vive com a cara torta, armando uma pose, fingindo que é democrata sem ser, fingindo que é honesto sendo ladrão. Os vícios se escondem atrás de uma "careta", daí a origem da expressão... ah, ah... tá ligado? Pega esses deputados e senadores aí, todos enforcados em gravatas e ternos escrotos e me respondam: por que temem tanto a "diamba", aquela turminha braba que depois da Câmara vai tudo encher a cara com uísque no Piantella, entre peruas, gargalhadas e conchavos, por que essa gangue tem tanto medo do fumo?

A resposta é simples, cara... Diferentemente da coca, da birita e outros bichos, a maconha libera o filho da mãe. O sujeito queima o fumo e dá um "relaxo". A vida fica mais democrática, gente boa; evola-se uma nuvem azulada nos céus, como uma espécie de inconsciente artificial, e o mundo fica diferente, as obsessões perdem a valia, as culpas, os superegos diminuem, e some a sensação de que a vida é uma grande Câmara dos Deputados, onde nunca há quorum para aprovar nossos desejos! Ah!... Ah!... boa comparação... E a vida fica mais bela que o bigode do Sarney ah ah... ou seja, a liberdade que ela provoca no sujeito é, digamos, "incopatível", como é que se diz mesmo? - im-com-pa-tível... ah... ah... essa palavra é muito louca, gente boa, a maconha é "incampatível" com a caretice necessária ao bom exercício da política. Me diz, me diz como um cara vai para a tribuna doidão para armar uma roubalheira? Como enfiar uma maracutaia numa MP com a cara cheia de um "paraguaio com mel", nem mesmo precisa um "skunk" , basta um "pernambuco light"...

Já imaginaram o Congresso muito louco? O Pedro Simon desbundando e indo morar em Trancoso, cheio de fitas no pescoço? O PC do B falando em "revolução interior"? Mas, que eu estava dizendo mesmo?... ah... lembrei... o seguinte: eu acho, numa "boa" mesmo, na "moral", que as autoridades têm medo da maconha porque ela dá uma ilusão de liberdade. Por isso, estão com tanto medo de comida de passarinho... ééé... ééé... Os canários cantam melhor com as sementes de "canabis"... E a sensação de liberdade é, como eu já disse, inco-incopa..."incopatível"...sei lá, deixa pra lá... E tem mais... o seguinte... quer dizer... esqueci... é isso aí, gente boa.... falei..."

Escrito por Arnaldo Jabor para O Estado de S. Paulo

Remédio feito à base de maconha reacende debate sobre a droga no Brasil

Remédio feito à base de maconha reacende debate sobre a droga no Brasil

Coisas que sua mãe precisa saber #3

Ninguém obriga outra pessoa a fumar maconha. Quem já fumou um cigarro, qualquer que seja, sabe que não é fácil de primeira. Tem que ter coordenação motora.

Maconha medicinal ganha força fora, Brasil veta


O recente acordo firmado pela gigante farmacêutica Novartis com a britânica GW Pharmaceuticals para vender o Sativex, um remédio à base de maconha, em regiões como Austrália, Ásia, Oriente Médio e África reacendeu o debate sobre o uso medicinal daCannabis sativa (nome científico da maconha).

Já aprovado no Canadá, nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, o medicamento, que serve para tratar a esclerose múltipla, pode chegar ao Brasil em breve. A lei do País não permite remédios que tenham extratos da maconha em sua composição, mas existem brechas para casos específicos.
A GW Pharmaceuticals, fabricante do Sativex, inclusive já iniciou discussões com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no fim do ano passado, para a venda do remédio no Brasil, mas até o momento não houve a liberação.
De acordo com o professor de farmacologia da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Gilberto da Nucci, a eficiência do uso de princípios da maconha no combate à dor já está comprovada, mas ainda não se sabe exatamente como ela age no cérebro.
"A Cannabis sativa é utilizada como analgésico há mais de 5 mil anos. Foram identificados canabinóides endógenos que atuam em receptores específicos no cérebro em sistemas de processamento de dor", diz. "Os canabinóides orais, tais como tetrahidrocanabinol, canabidiol e nabilona demonstram eficácia analgésica em dor neuropática periférica ou central, artrite reumatóide e fibromialgia", explica.
"Não é conhecido o mecanismo de ação dos canabinóides no cérebro. Foram identificados receptores para canabinóides endógenos, entretanto, não se sabe ainda a importância dos mesmos na ação da cannabis", pondera.
Ainda assim, Da Nucci considera que há pouco risco. "Não há evidências de que o uso por período curto de tempo cause malefícios aos pacientes. Esta substância já está liberada para ensaios clínicos, assim como em vários outros países, mas não no Brasil. Vários estados americanos aprovaram leis estaduais permitindo a venda e o uso da cannabis para uma variedade de indicações terapêuticas", diz.
Mesmo quanto ao uso terapêutico na forma de cigarro, liberado em alguns estados americanos, como a Califórnia, por exemplo, Da Nucci faz avaliação positiva. "Um estudo recente demonstrou que a inalação da cannabis três vezes ao dia, por cinco dias, reduziu a intensidade da dor e melhorou a qualidade do sono em pacientes com neuropatia periférica. A inalação da cannabis foi bem tolerada", diz.
Para o professor, as pesquisas com maconha podem mostrar à medicina um novo campo de ação, com novas substâncias sintéticas sem os efeitos indesejáveis do THC (princípio ativo da droga), que poderiam ser úteis no tratamento de várias doenças. "São exemplo as doenças de origem cognitivas, a dor, problemas gastrointestinais e doenças neurológicas. É neste campo que se concentram, hoje, a maior parte dos cientistas que estudam os compostos canabinóides", diz.

Em off

Ibogaína

O que é a ibogaína?

A ibogaína é um alcalóide indólico psicoativo derivado do caule da raiz de uma planta africana, a Tabernanthe iboga. Na África a raiz da planta é conhecida coloquialmente como “iboga” ou “eboka”. Contém aproximadamente 12 alcalóides diferentes, dos quais a ibogaína é apenas um. Outros, tais como a tabernatina ou a ibogamina, aparentam também ser psicoativos. Nos últimos anos tem-se notado cada vez mais a capacidade da ibogaína para o tratamento da dependência de drogas e do álcool. Estudos científicos e relatórios variados sugerem que uma única administração de ibogaína remove os sintomas da abstinência de substâncias e reduz o desejo de uso durante algum tempo após a sua administração. Para além disso, acredita-se grandemente que as propriedades psicoativas da ibogaína (em doses altas pode induzir um estado sonhador durante algumas horas) ajudam os toxicodependentes a compreenderem e reverterem o seu comportamento em relação ao uso de substâncias.

História
Um alcalóide indólico ligeiramente psicoativo derivado de uma planta africana - a droga em forma de planta - é usado por grupos indígenas há milénios. Os índios Bwiti, um grupo religioso da África Central, usam o caule da raiz da planta Tabernanthe iboga para uma variedade de propósitos sociais e religiosos, sobretudo como componente central do seu ritual de iniciação – uma intricada cerimónia de “renascimento” que dura 3 dias. Para se tornar membro do grupo é necessário completar esta cerimónia. Ambos os sexos são iniciados tipicamente entre os oito e os dezoito anos.
A descoberta de que a ibogaína pode tratar a dependência de substâncias é normalmente atribuída a Howard S. Lotsof – um ex-toxicodependente que vive em Nova Iorque e experimentou ibogaína pela primeira vez em 1962. Lotsof experimentou a ibogaína crendo que era uma nova droga recreativa, mas 30 horas depois apercebeu-se subitamente de que não sentia falta da heroína, nem tinha vontade de a procurar. A experimentação casual subsequente por amigos toxicodependentes revelou que este efeito era comum a outros utilizadores.

Química
Entre os cerca de uma dúzia de alcalóides indólicos complexos derivados da triptamina e encontrados na Tabernanthe iboga (da família das Apocynacea), a ibogaína é a sua substância alucinógena mais importante, e o principal composto psicadélico originário do continente africano. A extração dos alcalóides do caule da raiz resulta em puro hidrocloreto de ibogaína. A ibogaína, cuja denominação química é 12-metoxibogamina, é um inibidor da colinaesterase, uma enzima estimulante que afecta o sistema nervoso central. A molécula mostra a estrutura nuclear com dois anéis indólicos, comum à maioria das substâncias alucinógenas.

Efeitos
Em pequenas doses, assim como as folhas de coca na América do Sul, a iboga é ingerida pelos índios Bwiti para permanecerem acordados e alerta durante as grandes caçadas e viagens de canoa, as quais podem durar dois ou mais dias. Diz-se também possuir propriedades afrodisíacas. (Os frutos laranja-amarelados da T. iboga, do tamanho de azeitonas, são por vezes usados para tratar problemas de esterilidade nas mulheres).
Em quantidades maiores, a ibogaína é alucinógena. Causa náuseas e vómitos, à semelhança do peiote. A este nível, o utilizador entra num estado de transe intenso e profundo, onde o movimento fisíco é impossível. O transe é muito visual, e normalmente manifesta-se como uma longa viagem.
A este nível a ação da ibogaína divide-se em três partes. A primeira é um período de quatro a seis horas semelhante ao sonho, durante o qual se experimentam apresentações visuais e pensamentos relacionados com acontecimentos passados. A segunda é um período intelectual ou cognitivo, no qual essas experiências são avaliadas, e a terceira é um período de estimulo residual que eventualmente resultará em sono. É após o utilizador acordar que nota a falta de desejo de tomar ou procurar as drogas das quais estava dependente. Todavia, deve notar-se que as respostas à ibogaína são bastante variáveis, de acordo com as características individuais do utilizador.
As visões da ibogaína contêm invariavelmente muitos detalhes pessoais. Um artifício simbólico que parece ser frequentemente usado pela ibogaína é a dissimuação de problemas pessoais do tipo mundial, geralmente enredos políticos ou ecológicos que aparentam ameaçar o planeta.

Uso medicinal
Estudos sugerem que a ibogaína tem um potencial considerável no tratamento da dependência de heroína, cocaína, base-livre de cocaína (crack), metadona, e álcool. Existe também a indicação de que pode ser útil no tratamento da dependência do tabaco. Foi ainda sugerido que a droga pode ter um potencial considerável no campo da psicoterapia, sobretudo no tratamento dos efeitos do trauma e do condicionamento.
Uma única administração de ibogaína tem três efeitos típicos úteis ao tratamento da toxicodependência. Primeiro, causa uma enorme redução dos sintomas do síndrome de abstinência, permitindo uma desintoxicação relativamente indolor. Segundo, o desejo de usar a droga decresce notavelmente durante algum tempo após o consumo da ibogaína, geralmente uma semana a vários meses. Isto foi confirmado por estudos científicos. Finalmente, a natureza psicoativa da ibogaína parece ajudar muitos toxicodependentes a compreenderem e reverterem os problemas por trás da dependência.
A ibogaína pode administrar-se facilmente em forma de cápsula, e não causa dependência. A dose para uso terapêutico é geralmente cerca de 5 a 8 microgramas por cada quilograma de peso corporal da pessoa. É geralmente aplicada num só tratamento feito num ambiente clínico com monotorização médica apropriada e avançada, no qual aparenta ser segura. Enquanto que sem dúvida acontece que alguns indivíduos cessam permanentemente o uso das drogas após uma só dose de ibogaína, para muitos o tratamento deve ser considerado apenas como o componente inicial num programa completo de reabilitação.
Embora aprovada para testes clínicos (em seres humanos) para o tratamento da toxicodependência nos EUA nos princípios dos anos 90, problemas no apoio financeiro e outras questões atrasaram tanto o desenvolvimento da pesquisa da ibogaína que, até princípios de 2005, esta mantém-se não disponível para a maioria dos toxicodependentes no mundo inteiro.

Uso
Para a primeira experiência (para efeitos estimulantes, não psicadélicos) a dose média são duas a três colheres de chá para mulheres, e três a cinco para homens.
Tradicionalmente, o caule da raiz é raspado e secado até se transformar num pó de cor castanha-amarelada. Por vezes mistura-se com água e bebe-se, mas diz-se que a raiz é mais forte quando fresca. Normalmente não se mistura, embora alguns grupos a usem com marijuana (chamada "yama" ou "nkot alok").

Avisos
Em níveis excessivos a ibogaína causa convulsões, paralisia, e morte por paragem respiratória. Os níveis tóxicos estão relacionados com o peso corporal.
Quem está a considerar tomar ibogaína para o desenvolvimento pessoal e ainda não experimentou terapia, é importante saber que o uso da droga pode parecer atrativo simplesmente porque representa um tratamento que evita o processo psicoterapêutico formal. Se este é o caso, há o risco da ibogaína piorar os sintomas. Quando existem muitas sensações reprimidas, e para muitas pessoas de cultura ocidental isto acontecerá inevitavelmente, o uso das drogas psicadélicas pode invocar reações perigosas como mecanismo de defesa contra o aparecimento de sentimentos dolorosos. Isto pode resultar em crenças ilusórias ou neuróticas que persistem muito após a sessão treminar.
Também é importante saber que o uso exclusivo da ibogaína será provavelmente insuficiente para causar uma transformação pessoal profunda. A ibogaína dá às pessoas uma perceção mental de aspetos reprimidos pela psique, mas sem ligação emocional significativa.

7 mitos sobre a maconha (ou 'Coisas que sua mãe precisa saber #2.1')


1 -A maconha vicia

O vício na maconha é uma questão bastante relativa até mesmo para os cientistas. Segundo o biomédico Renato Filev, pesquisador do Núcleo de Neurobiologia e Transtornos Psiquiátricos da USP, o vício na cannabis, de fato, não existe, mas sim um hábito de fumá-la. O consumo de erva com frequência pode ser considerado vício, porém, não há relatos clínicos de casos de abstinência”. Também não há relatos de tolerância (quando a droga não faz mais efeito) à cannabis, um dos sintomas do vício. O fato do conceito de dependência ter ganhado outras facetas também dificulta dizer se há o vício. “Há diferentes níveis de dependência. O vício na maconha, entretanto, é social e individualmente menos danoso do que os de outras drogas e mais fácil de ser enfrentado, ainda que acarrete grande sofrimento, como qualquer transtorno mental grave”, diz o antropólogo Maurício Fiore. Ou seja, você pode não se tornar quimicamente dependente da maconha, mas mentalmente.



2 - A maconha causa danos cerebrais

O uso excessivo de maconha pode caudar danos cerebrais sutis a longo prazo, mas não deixar a pessoa completamente demente. Este mito aparece na história desde o século 19, quando os ingleses acreditavam que o bhang, bebida à base de maconha bastante comum na região da Índia, causada demência. Hoje, depois de anos de pesquisas, sabemos que a cannabis não faz mal, desde que usada moderadamente. Experiências que compararam pessoas que não fumavam maconha com usuários assíduos, que consumiam cinco baseados por dia há mais de 15 anos, mostraram diferenças sutis nos resultados de memória e atenção. A mesma pesquisa mostrou que o uso excessivo e diário de álcool causa mais sequelas do que a cannabis.

3 - Maconha x Cigarro: males

Não há provas da relação direta entre fumar maconha e câncer de pulmão, traqueia ou outros associados ao uso do cigarro. Nem por isso, o baseado está livre de seus males. “O fato de ser inalada normalmente sob a forma de fumaça resultante da queima da erva enrolada num papel acarreta consequências tão ou mais negativas que as do tabaco”, diz o antropólogo Fiore. Outra preocupação é que os resultados do uso prolongado da droga ainda são incertos.“A ilegalidade da maconha é um enorme obstáculo para a pesquisa sobre consequências do seu consumo e para a disseminação de informações aos seus consumidores”, completa Fiore. Mas já sabe-se que o usuário eventual não precisa se preocupar com um aumento grande do risco de câncer. Porém, aquele que fuma mais de um baseado por dia há mais de 15 anos deve pensar em parar.

4 - A maconha é só o começo

Grande parte de viciados em drogas pesadas foi, no passado, usuário de maconha, mas nem todos ficam viciados em drogas pesadas. Esta é a melhor maneira de explicar o fenômeno que deu à cannabis a fama de que é uma porta de entrada para o consumo de drogas como o crack e a heroína. “Uma parcela muito pequena de usuários de maconha migram para outras drogas”, diz o biomédico Filev. A maior e única ligação entre a maconha e o crack, por exemplo, é que ambos são ilegais e são vendidos no mesmo lugar. Segundo o antropólogo Mauricio Fiore, o que faz um usuário de maconha ter acesso a drogas mais pesadas é o simples e puramente fácil acesso a elas, por estarem na “mesma prateleira do supermercado”.

5 - A maconha é mais forte hoje do que era no passado

As novas técnicas de cultivo da cannabis e a popularização do skunk, maconha hidropônica, são os culpados pelo surgimento deste mito. A sociedade civil acusa que o uso de tipos híbridos no cultivo da maconha faz com que a planta tenha maior quantidade de resina e de princípios ativos, o que a deixaria mais “forte”. De fato, a “potência” da maconha depende da “safra” da cannabis e dos cuidados do cultivador, mas essa turbinada independe se a planta é hidropônica ou não. “Planta geneticamente alterada não significa maior potência e nem muito menos que os usuários estejam consumindo maconha de forma mais arriscada ou perigosa”, diz o antropólogo Fiore.

6 - Maconha não tem valor medicinal

A maconha pode (ainda) não curar, mas ajuda a aliviar os incômodos do tratamento de transtornos mentais e de portadores do HIV, estimulando o apetite dos pacientes. O primeiro relato médico do uso medicinal da cannabis foi há 5 mil anos, em um herbário chinês, onde a planta era indicada para combater males como a asma, doenças do aparelho reprodutor feminino, insônia e constipação intestinal. No ocidente, quem inaugurou o uso “sério” da droga foi o professor Raphael Mechoulam, da Universidade Hebraica de Jerusalém. Atualmente, os medicamentos com base na maconha estão sendo usados em pacientes de Aids, câncer e esclerose múltipla. “Estão sendo feitos os componentes da Cannabis em comprimidos e spray”, conta o biomédico Filev. “A droga, então, poderá ser usada nos tratamentos de transtornos como ansiedade, depressão, psicose, esquizofrenia e doenças neurodegenerativas”.


7 - Na Holanda vale tudo!

Se você acha que, assim que descer em Amsterdã, encontrará pessoas por todos os cantos fumando os seus cigarros de maconha, você está completamente enganado. Ao contrário do que achamos, a Holanda não liberou a Cannabis, mas adotou uma política de tolerância às drogas. Você não encontrará, por exemplo, gente fumando maconha nas escolas e nos transportes públicos, lugares onde o consumo é proibido. Os usuários só podem acender os seus baseados em parques, bares e ao ar livre. Você também não poderá comprar a Cannabis em qualquer lugar, já que apenas casas especiais, os Coffee Shops, podem vendê-la. Além disso, uma pessoa pode comprar, no máximo, 5 gramas de maconha (sendo que os Coffee Shop podem ter no máximo 500 gramas da droga), para evitar o consumo excessivo e o tráfico de drogas. A legislação proíbe, ainda, a publicidade da cannabis e a venda da erva a menores de 18 anos.